Jogo online em Portugal: que futuro?
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Jogo online em Portugal: que futuro?
O jogo online é um fenómeno em plena expansão em Portugal, sendo de esperar que toda a gente
venha a ter familiares, amigos e conhecidos envolvidos de alguma forma numa das duas grandes
vertentes desta atividade. Vamos em seguida distingui-las e perceber um pouco melhor o fenómeno.
A evolução tecnológica
Antes de mais, importa compreender a evolução da infraestrutura tecnológica que permitiu a criação
do ambiente que vivemos atualmente. Não só os computadores se tornaram progressivamente mais
potentes e mais pequenos, ao ponto de caberem literalmente no nosso bolso, como as ligações entre
computadores se tornaram mais rápidas, estáveis e fiáveis. Seria difícil considerar um ecossistema
global de gaming na internet no tempo das ligações por modem, mas hoje assistimos à
implementação do 5G, que vem tornar a internet definitivamente tão omnipresente e regular como
as transmissões de televisão por ondas hertzianas o foram.
Distinguindo dois conceitos muito diferentes de jogo
É neste contexto que nascem dois conceitos muito diferentes, e que podem ser facilmente ser
confundidos se a ambos nos referirmos como jogo online.
Por um lado temos o mundo dos videojogos, em crescimento constante desde o início da
massificação há quatro décadas. Hoje em dia os jogos são verdadeiros fóruns de sociabilidade onde
se conhecem pessoas, onde se criam solidariedades e onde se passam imensas horas. O fenómeno é
incrivelmente sério e tem vindo a ser analisado pelas mais importantes publicações internacionais,
como a The Economist, que há um par de anos lhe dedicou um longo artigo de análise (Game Drain:
Why Some Young Men Choose Video Games Over Jobs).
Por outro lado, temos os jogos de fortuna com prémios em dinheiro real. Neste conceito
diferenciado de jogo, não destinado a crianças e adolescentes como sucede no caso do gaming,
cabem as plataformas de casino como o casino.netbet.com e as de apostas desportivas, que se estão
a afirmar decisivamente em Portugal. O Público notou, num artigo recente, que a maioria dos clubes
da Primeira Liga já têm patrocínios de casas de apostas. Aliás, o patrocínio da própria competição
deixou de ser de uma operadora de telecomunicações para passar a ser o de uma casa de apostas.
O advento do RJO
Essa marca já havia patrocinado a Primeira Liga na década de 2000, numa época em que se viva um
regime de “far west” e em que a internet beneficiava do carácter de novidade e da omissão da lei.
Hoje não há quaisquer dúvidas quanto à legalidade da operação, pois a marca em questão é uma
casa de apostas legal em Portugal, tendo obtido licença para tal junto do Serviço de Regulação e
Inspeção de Jogos (SRIJ), a “ASAE do jogo” em Portugal. A entidade monitoriza a atividade das casas
de apostas e dos casinos e vela para que as plataformas ilegais se mantenham à margem do
mercado. A necessidade de obtenção de licença veio com a publicação do Regime Jurídico do Jogo e
Apostas Online (RJO), em 2015.
O advento dos e-sports
Outra realidade é a consolidação dos e-sports (que se poderia traduzir como e-desportos, ou
desportos eletrónicos) como modalidade paradesportiva ou propriamente desportiva. Os mais
importantes torneios de certos videojogos famosos, como Fortnite ou League of Legends, podem
atribuir prémios aos vencedores comparáveis aos mais importantes torneios de ténis. Em Portugal,
os campeonatos de “futebol eletrónico” já decorrem sob a égide da FPF. E até já se fala que os e-
sports poderão integrar os Jogos Olímpicos.